sábado, 24 de abril de 2010

Um Compasso com tendências assassinas...

Esta é uma história de um compasso como tantos outros...
Tinha uma vida normal de Compasso, ou seja, após o seu fabrico estes objectos supostamente de desenho, são expostos em montras de papelarias, lojas e supermercados, onde esperam pelo recrutamento por parte de algum individuo que o utilize de forma útil e correcta, para que ele se sinta um Compasso auto-realizado e feliz e por cumprir a missão que lhe foi destinada: fazer ródinhas, ou meias ródinhas.... umas grandes... outras pequenas... enfim... mas nunca ser simbolo de violência, ou ser usado como arma de um terrivel crime que estava prestes a acontecer!
Compasso, vivia feliz e contente no seu estojo "todo ele em Estofos", até o dia em que uma bela e encantadora jovem (Eu) aparece na sua vida e a transforma numa autêntica aventura com contornos inimaginaveis!
Depois de o ter visto naquela prateleira, não mais tirei os olhos dele... Tinha de ser meu! Só meu... adquiri-o e só pensava em tudo o que poderiamos fazer juntos além de fazer ródinhas: ir à praia, ao cinéma, passear pela montanha ou nos campos, ir ao Testinha comer sandes de "mortandela"... iriamos viver uma louca e tórrida história de amor e paixão!... E assim foi! Eramos felizes, até ao dia em que um jovem de olhos azuis esverdeados, de voz rouca e sensual se sentou ao meu lado na carteira.... Fox Nando, o terrível sedutor que punha qualquer moça em desvario. Qualquer moça, menos eu... claro e a Calimero que só tinha olhos para o "esqueleto ambulante da rua dos queques".... A minha convivência com Fox era um paradoxo estranho; tanto nos adoravamos a pontos de engendrar planos maquiavélicos de destruição de material escolar e de bens patrimoniais do Estado, como provocar rebeliões dentro da sala de aula lutando pelos nossos direitos de não querer profs abusados que nos interrompem as conversas a dois ou então a batalha naval e suecas a quatro, ou mesmo guerra de giz da turma inteira; como nos odiavamos a pontos de nos apelidarmos de forma insultuosa e pouco bonita, de riscarmos os livros e cadernos mutuamente, até trocarmos de parceiros...mas o pior era mesmo quando me roía as canetas deixando o seu muco salivar como marca, ou então quando se apoderava das minhas cábulas durante os testes e não as devolvia em tempo oportuno. (...)
Era uma relação pitoresca, complexa e mais se agudizava quando Compasso intervia. Os meus dias tornaram-se autênticas batalhas navais; de um lado Fox Nando com as suas perturbações mentais, e do outro os ciúmes doentios de Compasso! O final desta história já se previa em tragédia. Certo dia, a meio de mais um combate (ÍcaroVS Fox), Compasso completamente transtornado e ferido no seu orgulho, invade o território inimigo com toda a sua pujança na defesa da sua amada... e espeta-se na mão de Fox Nando! Um filme de terror sucedia-se mesmo a minha frente; Fox agoniava de dor... um rio de sangue escorria pela mesa.... e eu serenamente disse a Fox: "Continua a chatear-me assim que pra próxima vez, é no teu abono de família"!!!

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