terça-feira, 20 de abril de 2010

Os rapazes reparam em mim!!

Sim é verdade... Apesar de todos os indícios mais ou menos óbvios de que sou um fracasso nas minhas relações humanas com o sexo oposto eu sou um sucesso!

Só para terem uma pequena noção disso e, qui ça usar como táctica de engate, vou partilhar convosco uma pitoresca história que se passou no meu 9ºano.
Vou contextualizar: para formar a minha turma do 9ºano o conselho executivo teve a brilhante idéia de desmembrar uma turma de vândalos e enviar alguns para a minha turma (a turma da terrinha porque éramos todos da mesma aldeia), foi assim que conheci a Ícaro (ela era um dos elementos mais perigosos da referida turma de vândalos).
Logicamente esta medida do conselho executivo revelou-se um desastre, ninguém nos controlava, eu como delegada de turma liderava contestações e manif's e apoiava todos os actos tresloucados daqueles rebeldes, até porque a maioria deles eram moços jeitosos (e eu sou maluca mas tenho olhos na cara).
Para tentar controlar o caos os professores tomaram a medida de colocar um rapaz e uma rapariga por carteira, achando que isso nos inibiria. Foi assim que travei a minha 1ªamizade com um rapaz de fora da minha aldeia, o Octávio Augusto que ficou na mesma carteira que eu do meu lado esquerdo, do meu lado direito tinha o Fox Nando e ao lado dele a minha Ícaro. A Glória estava também bem acompanhada mas mais distante de nós...
Então ao longo de vários dias eu e o Octávio Augusto fomos travando uma bela amizade, momentos ternos em que jogavamos à batalha naval (ele ensinou-me a jogar), quando o professor era mais parvo dava para jogar aos pares (eu e ele vs Fox Nando e Ícaro)...
Os dias passavam e claro eu começo a nutrir afectos por aquele moçoilo que estava sempre pronto para escutar os terrivéis disparates que eu dizia...
Um dia ele traz-me um presente, uma caneta Bic e pacientemente explica-me que era para eu remover a carga e depois usar como arma para lançar papelinhos aos outros que me acertavam com paus de giz.
Fiquei muito emocionada com o presente. Entretanto ele vira-se para falar com o vândalo ao lado dele e eu tento tirar a carga da caneta... Mas ela não saía, estava bem presa e eu tento de novo e nada... Então eu tento com os dentes remover aquela carga teimosa, nesse instante o Octávio Augusto vira-se novamente para mim e diz com ar aflito:
- Calimero! Tens de ir à casa de banho!
E eu cheia de mania, com uma ar importante, digo:
- Uih mas eu não estou com vontade!
- Acredita tens mesmo de ir à casa de banho! Olha para as tuas mãos!
O pior tinha acontecido... A carga tinha rebentado na minha boca, tinha a boca e toda a superficie ao redor azul, inclusive as mãos... Octávio Augusto pede de imediato à professora para eu ir à casa de banho. E lá vou eu, entretanto ele vem também com uma garrafa de lixívia... E convence-me a lavar a cara com ela, "situações desesperadas exigem medidas drásticas", dizia ele... Agora a cara continuava azul da tinta ao que acrescentamos vermelho da irritação que a lixivia provocou...
Escusado será dizer que a minha língua permaneceu azul durante alguns dias, e a memória e os comentários sarcásticos sobre este momento duram até hoje...
Mas pensemos e meditemos nisto: Octávio Augusto pode ter esquecido a maioria das raparigas que beijou no liceu mas jamais esquecerá a colega de carteira neurótica que rebentou uma bic dentro da boca.
É caso pra dizer: os rapazes reparam em mim!

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